segunda-feira, 17 de maio de 2010

[fanfic #001] [capítulo #007] [U2] EGB


CAPÍTULO 7

Estava um calor insuportável no quarto, e Edge acordou sentindo o corpo todo queimando como se estivesse pegando fogo. Jogou as cobertas todas para um lado, e percebeu que estava sem roupa, o que não era habitual. Devia ter tirado de madrugada. Levantou-se, ainda meio dormindo, e foi caminhando aos tropeços para o banheiro. No meio do caminho, encontrou Dick.
-- Edge! - ele deu um pulo para trás – O que está fazendo?
-- To indo no banheiro...
-- Desse jeito?
-- Ah, Dick, tá calor...
-- Edge, olhe para baixo.
-- Ahm?
Edge olhou, e demorou ainda alguns instantes para perceber do que Dick estava falando. Quando percebeu, porém, ele só conseguiu murmurar um “oh!”, e correu de volta para o quarto, se trancando lá dentro.
-- Edge – Dick bateu na porta – quando fizer esse negócio diminuir, vá lá no meu quarto, eu quero falar com você.
-- Tá bom.
Alguns minutos depois, Edge saiu do quarto, já vestido, e sem nenhum problema abaixo da cintura. Foi para o quarto do irmão, um pouco constrangido.
-- O que você queria falar comigo?
-- Em primeiro lugar, não saia mais assim do quarto, eu realmente acho muito desagradável... - Edge ficou vermelho e baixou a cabeça, murmurando um “foi mal” - E, em segundo lugar... - ele se jogou em cima de Edge, o abraçando – Parabéns!
-- O que... Ah! Eu tinha esquecido!
-- Dezesseis anos, heim? Já tá virando homem! Por isso... - ele pegou um embrulho de presente – Acho que já posso te dar isso.
-- O que é isso?
-- O tipo de presente que um cara como eu daria para o irmão que está amadurecendo. - ele riu – Espero que goste.
Bastante curioso, Edge abriu o embrulho. Dentro, havia um livro enorme, com o título “Eletrônica: os grandes segredos da montagem de circuitos analógicos e digitais”. Edge ficou olhando o livro por mais ou menos cinco minutos.
-- É o livro...
-- Dos irmãos Thomas. Esse mesmo. Aquele livro.
-- Cara... Dick, eu não acredito... Eu sonho com esse livro desde... - ele abraçou Dick, com lágrimas nos olhos – Nossa, maninho, obrigado... Eu nem sei o que dizer...
-- Eu não sabia o que te dar, então lembrei de quando você ficava parado duas horas em frente à vitrine da livraria, namorando esse livro. Achei que seria um presente adequado.
-- Nossa, obrigado... - ele estava chorando – Foi o melhor presente que já ganhei, cara... Obrigado mesmo...
-- Não foi nada. Eu queria que fosse algo de útil, e sei que esse vai ser. Aliás, tenho mais um presente pra você, que espero que também seja muito útil.
-- Mais um? O que é?
-- Toma – ele entregou um embrulho menor para Edge – espero que sirva.
De dentro do embrulho, Edge tirou uma caixinha. Dentro dela, havia um livrinho intitulado “Sexo para Iniciantes: Manual de Instruções” e várias camisinhas, de todos os tipos. Ele começou a rir.
-- Po, valeu... Mas acho que vai demorar um pouco para eu usar.
-- Claro que não, cara. - ele deu um tapinha nas costas de Edge – Antes do fim desse ano, eu quero ver pelo menos uma camisinha a menos nessa caixa, ouviu?
-- Vou fazer o possível.
O telefone tocou. Edge correu para atender.
-- Alô?
-- Parabéns pra você... - vieram as vozes de Bono, Larry, Adam, Guggi e Gavin, do outro lado da linha.
-- Obrigado, obrigado...
-- Senhor Dezesseis Anos – disse Bono – nós, da banda punk The Hype, o convocamos para sua celebração de aniversário, hoje, às duas horas, com início na casa do senhor Adam Clayton e posterior clímax no pub mais próximo, e provável prolongamento na casa daquele que estiver sóbrio o suficiente para enfiar a chave na fechadura.
-- Convite analisado, votado e aceito por unanimidade, senhor Bono Vox of O'Connel Street.
-- E o convite é extensível para a bela dama que compartilha com você laços sanguíneos fraternos, de nome Gillian Evans...
-- Mas nem em sonho.
-- Ok, ok, foi só uma idéia... Nós estaremos te esperando, Senhor Dezesseis!
-- Estarei aí.
* * * * *

Se Bono não o estivesse segurando, Edge provavelmente teria batido em um poste ou deitado no primeiro banco que visse. Mas, por milagre, Bono conseguia achar o caminho para casa mesmo em estado de total embriaguez, e eles lá chegaram, depois de alguns tropeços. Os outros haviam ido embora, ou ficado no bar.
-- Ah, o lar. - disse Bono, quando eles entraram – Ainda bem que meu pai e o Norman não estão esse fim de semana. Temos a casa só pra nós.
-- Poxa, os outros podiam ter vindo... - Edge se largou no sofá – Podíamos ficar bebendo aqui.
-- Bem, agora que já chegamos, devo lhe avisar que você caiu numa armadilha, Senhor Dezesseis. - ele trancou a porta e se virou para Edge, com um sorriso maligno – Era parte do plano que só viéssemos os dois.
-- Plano? - Edge levantou a cabeça – Por quê?
-- Eu preparei uma surpresa, e é algo que os outros não podem ver. Muito menos o Larry, pobrezinho. Ia ficar assustado.
-- Ai, Bono, você e suas surpresas... O que é?
Bono se sentou em frente à Edge.
-- Eu sei que você é virgem.
-- Como...
-- É mais do que óbvio, Edge. - ele segurou a mão de Edge – Não precisa ter vergonha.
-- Mas o que isso tem a ver com...
-- Tem tudo a ver. - ele chegou mais perto, ainda segurando a mão de Edge – Lembra aquela vez, quando nós brigamos por causa do que aconteceu no acampamento, e eu disse que tinha a esperança de que você se tornasse um amigo especial?
O coração de Edge começou a bater mais rápido.
-- Claro que lembro.
-- Então... Eu sinto – ele falava em um tom mais suave do que de costume – sinto de verdade, que nós estamos nos tornando especiais um para o outro. Nos últimos meses, temos convivido de uma forma diferente, temos nos tratado de uma forma diferente, uma forma boa. Eu sinto que surgiu uma ligação muito forte entre a gente.
-- Eu... Eu também sinto isso.
-- Eu sabia que você sentia, sabia que você poderia ser especial para mim. E eu quero que passemos a agir como amigos especiais, a partir de hoje. Quero fazer com você o que os amigos especiais fazem.
-- Como... Como você e o Guggi?
-- Isso. - ele sorriu – Como eu e o Guggi, ou como o Guggi e o Gavin.
-- E... O que os amigos especiais fazem?
-- Coisas que não fariam por outros amigos. Coisas íntimas. Ser um amigo especial é fazer pelo outro aquilo que acha que deve fazer, por mais estranho ou absurdo que pareça. É dar ao outro tudo o que o outro precisa, é entender o que ele pensa e sente, sem que ele precise te dizer.
-- Adivinhar o que o outro precisa, e dar isso a ele...
-- Sem importar o que seja. Exatamente isso.
-- E... O que isso tem a ver com a tal surpresa?
-- Eu sei o que você precisa, Edge. Aquilo que você mais quer. - ele estava muito próximo – E vou dar isso a você. Aqui. Hoje.
-- O... O que... O que eu preciso?
-- Se eu fosse virgem até hoje, já teria explodido, ou surtado... - ele pôs a mão por baixo da camisa de Edge, em sua barriga – Eu sinto os hormônios transbordando do seu corpo, a pele implorando por calor, por sexo...
-- E... E você...
-- Eu vou te dar isso. Hoje.
-- Vai... Me dar... - ele engoliu em seco – Você está falando sério?
-- É claro. Somos amigos íntimos, agora. Eu sei que é isso que você precisa, e é isso o que eu vou te dar. Você vai perder sua virgindade hoje.
-- Bono... Espera, Bono... Eu não sei se... Estou pronto pra isso...
-- Não se preocupe. Você vai relaxar, vai ficar à vontade. Na minha primeira vez, eu também estava tenso, mas o Guggi...
-- F-foi o Guggi que...
-- Claro que foi. - ele riu – E ele foi muito compreensivo comigo. Quero fazer com você o mesmo que ele fez comigo.
-- E... Você... O que você sentiu, quando o Guggi fez isso pra você?
-- Ah, nem sei dizer. Foi a coisa mais incrível que já me aconteceu. Ele sabia que eu precisava muito daquilo, e ele me deu exatamente o que eu queria. É incrível, ele sabia perfeitamente o que seria bom pra mim, mesmo sem eu ter dito.
-- E você não ficou com medo?
-- Ah, claro que fiquei. Tem sempre aquela coisa, né? Tipo, o que minha mãe ia dizer se me visse aqui...
-- É, eu... Tenho tanto medo, Bono. Se o meu irmão descobrir, se meus pais descobrirem...
-- Eles não precisam saber. Mas eu acho que, com o tempo, eles vão se conformar. Você não é mais uma criança, já está na hora de descobrir essas coisas.
-- Mas acho que nenhum pai espera uma coisa dessas, não é?
-- É, eles acham que seremos menininhos inocentes a vida inteira... Bem, talvez os meus não pensassem isso de mim, mas...
-- Eles sabem que você...?
-- Sabem, eu contei pro meu irmão e ele contou pro meu pai. Minha mãe já tinha morrido. - ele colocou a mão no ombro de Edge – Então, você está pronto?
-- Acho que estou.
-- Você quer isso?
-- Quero. Muito.
-- Se tiver algum problema, se as coisas não funcionarem muito bem, não precisa ficar com vergonha, ok? Você não tem que ser perfeito logo na primeira vez.
-- E... Como vai ser? Digo... Vai ser... Aqui?
-- No meu quarto. A cama é pequena, mas assim é até melhor, dá pra ficar mais juntinho...
-- Eu quero tanto ficar bem pertinho...
-- Ah, você vai ficar. Vai ficar mais perto do que já esteve de qualquer outra pessoa.
-- E... Vai ser como? Digo... Eu não tenho muita idéia, sabe... Tipo, posições, esse tipo de coisa...
-- Vai ser como você quiser. Basta dizer o que te deixa mais a vontade. Na hora você vai saber o que fazer, é só seguir seus instintos.
-- E você, Bono? Você tem certeza de que quer fazer isso?
-- Claro, meu amor. Eu faço qualquer coisa pra ver meus amigos felizes.
Edge sentia um aumento de volume em sua calça. Não podia acreditar que ia mesmo fazer aquilo, que Bono ia fazer aquilo... E podia pedir o que quisesse, que o outro faria...
-- Nós... Vamos fazer agora?
-- Agorinha. - ele olhou no relógio – Mais uns cinco minutos, e ela vai estar aqui.
-- Ela?
-- Você vai gostar dela. Fiz questão de escolher a mais bonita. É minha amiga há muito tempo, e a conheço muito bem, se é que me entende. Você vai gostar.
-- Mas o que...
Subitamente, Edge entendeu. Ela. A menina que Bono arrumara para ele.
-- Ah... Ah, então... Claro, claro, é lógico... A menina...
-- O nome dela é Danny. Você vai gostar, é linda. - a campainha tocou – Chegou.
Ele foi atender, e voltou com uma linda garota, um pouco mais velha do que os dois. Bono os apresentou.
-- Danny, esse é o Edge. Edge, essa é a Danny. Bom, creio que vocês vão acabar se conhecendo, então... Vou estar por aqui, qualquer coisa me chamem.
-- Olá, Edge. - disse Danny, dando um beijo no rosto de Edge – Você é mesmo muito bonito.
-- Ahm... Obrigado, você também é...
-- Então – ela pegou ele pela mão – vamos?
-- É, vamos...
Ela o levou para o quarto. Antes de entrarem, Edge olhou uma última vez para Bono, que acenou para ele, radiante.
-- Podem ficar à vontade! - disse Bono – Tem camisinhas na primeira gaveta da cômoda! E podem ficar o tempo que quiserem, eu vou dormir no quarto do Norman.
Edge fez um sinal de positivo, e no instante seguinte se viu sozinho no quarto de Bono, com uma garota que nunca vira na vida.
-- Então, The Edge – ela se sentou na cama, cruzando as pernas – me fale mais sobre você.
-- Sobre... Mim?
-- É, eu quero te conhecer melhor. - ela o pegou pela mão e o fez se sentar ao seu lado – O Bono me disse que você está fazendo aniversário.
-- É, eu... Estou fazendo dezesseis anos...
-- Que gracinha. - ela sorriu e passou a mão pelo rosto dele – Tão novinho...
-- Você tem quantos anos?
-- Dezenove.
-- E... Você conhece o Bono há muito tempo?
-- Desde que ele tinha uns catorze, quinze anos. Mas não vamos falar do Bono. - ela passou a mão pelos cabelos dele – Vamos falar de você.
-- Eu... Não tenho muito o que dizer sobre mim.
-- Ah, tenho certeza de que tem. Você é guitarrista, não é?
-- Sou, eu e o Bono estamos numa banda...
-- Hum... - ela segurou as mãos dele, analisando – Guitarristas sempre têm mãos perfeitas. Só de olhar para as suas, dá pra perceber que você toca muito bem.
Ele corou.
-- É, um pouco... Não muito...
-- Bono me disse que você também canta.
-- Ah, eu só faço segunda voz... O cantor principal é ele.
-- Mas ele me disse que você canta muito melhor do que ele.
-- Ah, que é isso, modéstia dele... Mesmo que fosse, eu nunca seria cantor, sou muito tímido...
-- Eu percebi. - ela riu – Sabe, eu acho os garotos tímidos uma gracinha.
-- Ah, é?
-- É, sim.
Ela segurou o rosto dele e se aproximou. Ele fechou os olhos e se deixou beijar, um pouco sem jeito. Achava aquilo tudo muito estranho.
-- E-espera. - ele disse, quando ela tentou beijá-lo de novo – Espera um pouco.
-- O que foi?
-- Nada, eu só... - ele se levantou – Estou um pouco... Inseguro.
-- Eu sei que você está nervoso. - ela foi até ele e o abraçou – Não precisa ficar com medo. Vai ser bom, vai dar tudo certo.
-- E... E se eu... Não conseguir?
-- Vai conseguir. E, se não der certo, não tem problema. Ninguém vai saber, e podemos tentar de novo. - ela passou a mão pelo peito dele – Você é tão bonito, Edge...
Dessa vez, quando ela o beijou, ele não fugiu. Deixou que ela o encaminhasse para a cama, e eles fizeram o que tinham que fazer.
* * * * *

-- E aí? - disse Bono – Como é que foi?
-- Ah, foi... Foi bom.
-- Bom?
-- É, Bono. Foi... Muito bom.
-- Foi tudo bem? Ou teve algum imprevisto?
-- Não, não, foi tudo bem... Digo, no início eu tava bastante nervoso, demorei um pouco pra... Pra ligar, entende? Mas depois ela foi fazendo uns negócios e... Funcionou.
-- E o que vocês fizeram? Conta tudo!
-- Tudo?
-- É, eu quero saber detalhes, cada gemido! Conta, conta!
-- Ah... Ah, Bono... Sei lá, ficar falando essas coisas...
-- Edge – ele segurou as mãos de Edge – esqueceu que agora somos amigos íntimos? Temos que nos abrir um com o outro!
-- A-abrir? Ah, claro...
-- Então vai, conta!
-- B-bem... Primeiro, a gente ficou conversando, né...
-- Hum.
-- Aí, ela me perguntou sobre mim... Eu perguntei sobre ela...
-- Edge, pula essa parte! Vai logo pra parte quente!
-- Ah, tá... Bom... Ela me beijou... Aí, primeiro eu tava um pouco nervoso, e falei isso pra ela... Aí ela foi falando uns negócios, pra eu ficar mais calmo, e me beijou de novo... Aí a gente deitou na cama, né...
-- Hum...
-- Aí... A gente foi tirando a roupa...
-- To gostando.
-- Aí a gente ficou se beijando, e eu ainda não tinha ligado direito, aí ela fez... Coisas...
-- Que coisas?
-- Coisas... Pra eu ligar.
-- Que coisas, Edge? Eu quero detalhes!
-- Ah, ela... Foi beijando... Outros lugares...
-- Ela te chupou?
Edge ficou profundamente vermelho.
-- É.
-- Uau! E aí?
-- Bem... Aí eu liguei, né... Aí a gente ficou se agarrando um tempão, aí... Eu comecei a gostar daquilo... Aí ela... Subiu em cima de mim... E... Ah, você entendeu.
-- Oh, Edge, conta direito! Tipo, você pegou ali, ela pegou lá, aí você pegou o seu pau e...
-- Tá! Tá, eu entendi.
-- Então conta.
Incentivado por Bono, Edge acabou contando. Quando terminou, Bono estava super empolgado.
-- Então, deu tudo certo!
-- É, acho que deu...
-- Que bom! Eu fiquei com medo de que desse alguma coisa errada, que você não gostasse dela... Mas que bom que foi tudo bem. - ele sorriu – Eu queria muito te fazer feliz.
-- É, eu acho... Que você me fez feliz.
-- Que bom! - ele abraçou Edge – Parabéns, Edge! Agora, você já é um homem!
-- É, imagino que sim...
-- Vamos ter muitas outras vezes como essa. Eu prometo.
-- Obrigado.

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