terça-feira, 3 de agosto de 2010

[fanfic #003] [capítulo #004] [U2] As Terras do Norte - Adeus


AS TERRAS DO NORTE

CAPÍTULO 4
ADEUS
“I believe we can be free
I believe you can loose these chains”
(U2 – A Celebration)

     Glory abraçou Hally, com lágrimas nos olhos.
     -- Eu vou sentir muita falta sua, Hally.
     -- Ah, princesa... O que vai ser de mim agora, sozinha aqui, nesse castelo?
     -- Você não precisa se preocupar. Logo, logo, Michaell vai pedir a sua mão, e em breve você estará casada!
     Hally baixou a cabeça. Glory disse:
     -- O que foi?
     -- É que... Eu não tenho mais tanta certeza de que Michaell quer mesmo pedir a minha mão... E... Eu acho... Que ainda falta tempo demais pro verão...
     -- Ah, Hally, é normal que o Michaell queira esperar um pouco para se casar, afinal, ele pode ser promovido... Depois que eu e o Dave fugirmos, ele pode ganhar o posto do Dave.
     -- É que... Eu estou com medo...
     -- Medo do que?
     -- De demorar demais...
     -- Por quê? Tem medo de que ele mude de idéia?
     -- Também, mas... Não é só isso...
     -- É o que, então?
     Ela ficou vermelha, e desviou o olhar quando disse:
     -- Eu acho... Que estou grávida...
     Glory ficou longos segundos olhando para ela.
     -- Não, Hally, claro que não... Sabe, antes de namorar o Dave, eu também achava que era só encostar em um rapaz, ou beijar ele, que a gente engravidava, mas a Gill me explicou que não é assim. Tem que acontecer outras coisas...
     -- Eu sei, Glory. Eu... Eu me deitei com o Michaell.
     -- O que!? Meu Deus, Hally, por quê? Ele te obrigou?
     -- Não, não... Ele só... Pediu... Ele foi um pouco insistente, mas eu fiz porque quis. Eu achei que... Achei que ele fosse gostar mais de mim depois disso.
     -- E funcionou?
     -- Acho que sim... Ele não me abandonou, pelo menos... E disse que vai casar comigo... Mas eu ando sentindo uns enjôos, tenho medo de estar grávida... Se meu pai descobrir...
     -- Vamos resolver isso! - ela pegou Hally pela mão – Vocês vão ficar noivos agora mesmo!
     -- M-mas Glory... Você tem que terminar de arrumar suas coisas, tem que encontrar com a Gill no lago às duas horas...
     -- Ainda é meia-noite, dá tempo.
     As duas saíram do quarto, Hally arrastada por Glory. No corredor, sir Michaell fazia a guarda.
     -- Senhorita Glory? - ele disse, quando viu as duas – Hally? Senhorita, você não pode sair do quarto...
     -- Ah, mas eu não vou voltar enquanto não resolvermos uma coisa. - ela jogou os cabelos para trás e cruzou os braços – Sir Michaell, quando o senhor pretende se casar com a senhorita Hally?
     -- Ah... Eu... Por que está perguntando isso?
     -- Porque você a desonrou, e pode ter certeza de que, se tentar fugir do seu compromisso, vai se arrepender amargamente!
     Ele olhou para Hally, que abaixou a cabeça, muito envergonhada.
     -- Mas eu vou me casar com ela! Eu já disse que iria! Só estou esperando o próximo verão, quero juntar algum dinheiro...
     -- Acontece que ela não pode esperar até o próximo verão. Ela pode estar grávida, sabia?
     -- G-grávida? Hally, você não me disse...
     -- E-eu não tinha certeza. - Hally disse – E... Eu fiquei com medo... De que você me abandonasse quando soubesse...
     -- Abandonar? Não, nunca... - ele se encostou na parede e passou a mão pela cabeça, parecendo assustado – Eu... Eu não esperava...
     -- Pois bem, eu quero que você vá agora mesmo falar com os pais dela, e pedi-la em casamento. Vocês têm que se casar o quanto antes.
     -- M-mas...
     -- Sem mas. Quer que todos saibam que Hally engravidou antes do casamento? Quer destruir a reputação dela? Vocês têm que se casar antes que comecem a perceber!
     -- Sim, eu sei disso... Você... Você tem razão... - ele tocou no rosto de Hally – Hally, eu... Eu sinto muito...
     Hally olhou para ele.
     -- Você vai casar comigo?
     -- Claro que vou... Eu nunca te abandonaria numa situação como essa...
     Ela sorriu.
     -- Então – disse Glory – você vai agora mesmo falar com o pai dela.
     -- Agora eu não posso, senhorita, se abandonar o meu posto, Hally provavelmente vai ficar viúva antes do casamento. Mas assim que sair daqui, eu irei falar com os seus pais, Hally. Eu lhe dou minha palavra de cavaleiro de que estaremos casados antes do fim do mês.
     Ele segurou a mão dela, e Hally sorriu.
     -- Promete que assim que terminar o seu turno você vai falar com meus pais?
     -- Prometo.
     -- É bom que vá. - Glory sorriu – E é bom que faça a Hally muito feliz.
     -- Eu farei. É um juramento.
* * * * *

     Glory avistou Gill em meio às árvores, próxima ao lago. Correu até ela, arrastando sua bagagem. Gill trazia consigo quatro cavalos.
     -- Glory! - disse Gill, a ajudando com a bolsa – Eu fiquei preocupada! Está passando da hora, você demorou!
     -- Me desculpe, eu tive que resolver umas coisas, e havia guardas passando perto da janela... Foi difícil sair sem que me vissem.
     -- Certo, o importante é que você chegou. Eu trouxe cavalos para mim, para você e para o Dave. Trouxe um a mais, para ajudar vocês a levarem suas coisas. Vocês podem vendê-lo mais tarde, pode ser que precisem de dinheiro.
     -- Obrigada, Gill. Você está ajudando muito.
     -- Claro, é o meu irmão. Agora, trouxe tudo?
     -- Sim, o dinheiro, as espadas... E o cavaleiro Bono?
     -- Ainda não chegou, mas deve estar a caminho.
     -- Gill... E se... E se ele não vier? Se pegar o dinheiro que lhe entregamos e fugir?
     -- Ora essa – disse uma voz que fez as duas se voltarem, assustadas – está duvidando da minha palavra, princesa?
     Bono estava diante delas, surgido do nada. Desceu de seu cavalo negro e foi até elas, tranquilamente.
     -- Não deveria duvidar? - disse Glory – Você não é exatamente o tipo de pessoa confiável.
     -- Ah, mas posso ser confiável quando quero. - ele riu e tocou nos cabelos dela – E não ia perder a chance de receber o meu prêmio.
     Ele se aproximou, como se para beijá-la, mas ela se afastou depressa.
     -- Não ouse me tocar.
     -- Só queria te dar uma amostra. Para você não se assustar quando chegar a hora de me pagar o que deve.
     -- Não vou me assustar. - ela o encarou firmemente – Mas você só vai ter isso quando cumprir sua parte.
     -- Certo, certo. Mas não sabe o que está perdendo. Não é, Gill?
     Gill corou. Glory disse:
     -- São quase três horas. Temos que agir.
     -- Você quer dizer, eu tenho que agir. Pode deixar, querida, eu sei o que estou fazendo. - ele se aproximou da beira do lago – Fico pensando como alguém poderia encontrar essa passagem por acaso. Fica bastante escondida.
     -- Ahm? - Glory olhou para ele – Você já a encontrou?
     -- Claro, querida. Achou que eu ia deixar para procurá-la hoje? Eu já vim aqui três vezes, já encontrei a passagem, já fui até a caverna e cheguei a espiar o castelo por dentro da abertura da parede. Eu sou bom no que faço, meu anjo. Bem, acho que já está na hora.
     Bono tirou a capa e começou a tirar a camisa. Glory corou profundamente.
     -- O que pensa que está fazendo?
     -- Tirando a roupa. Ou você quer que eu mergulhe vestido?
     -- Vai invadir o castelo nu?
     -- Não se preocupe, tenho certeza de que para os homens lá dentro isso não é nenhuma novidade. Se quiser, pode fechar os olhos.
     Glory virou de costas para ele, mas Gill continuou olhando, sem muito interesse. Bono ficou apenas com a calça. Colocou duas espadas firmemente presas à cintura; prendeu também uma adaga. Gill disse:
     -- Mas se lutar desse jeito, vai ficar em desvantagem. Os cavaleiros usam armaduras.
     -- Minha querida, a armadura só é útil se alguém te acertar.
     Ele tocou a água com a mão e deu um sorriso, parecendo satisfeito. Disse:
     -- Se passar duas horas e eu não voltar, saiam daqui. E estejam prontas para partir imediatamente.
     -- Estaremos.
     Ele olhou uma última vez para Glory, que se mantinha de costas, e mergulhou.
* * * * *

     Bono se deitou no chão da caverna e esperou. Não queria lutar molhado; dificultaria seus movimentos e o deixaria em desvantagem, além de ser desconfortável. Suas calças haviam sido deixadas sobre uma pedra, para que secassem mais depressa, e ele agora aguardava, completamente nu.
     Devia ter se passado quase uma hora. Ele se levantou e correu um pouco, para se aquecer. Vestiu a calça e guardou a espada. A passagem que levava ao castelo era pequena e estreita, mas ele conseguia passar sem muitos problemas. Esperava que o prisioneiro que estava indo resgatar também conseguisse ser rápido.
     Ele estava agora na beira da passagem, e podia ver o corredor escuro e vazio. Aquilo não era realmente um corredor; parecia que todo o calabouço era uma caverna, que fora adaptada para servir de prisão. Alguns metros à frente havia dois guardas, algumas celas, e pouco depois uma curva. Ele não podia ver muito além.
     Silenciosamente, ele saiu do buraco e ficou de pé no corredor. Os dois guardas não pareceram perceber sua presença. Ele desembainhou a espada e caminhou lentamente, até a maior proximidade possível, sem fazer um único som; e então disse:
     -- Olá.
     Os dois guardas se voltaram para ele, como se estivessem diante de um fantasma. Bono tinha o elemento surpresa a seu favor; os guardas podiam esperar um invasor que viesse de fora do castelo, mas nunca de dentro dele. Antes que os dois homens pudessem sequer pensar em puxar suas espadas, Bono já atravessara um deles com a sua. O outro ainda tentou atacar, mas não teve chance: Bono desviou do golpe habilmente e lhe cortou a garganta, quase arrancando fora sua cabeça. Os dois ficaram caídos aos seus pés.
     Como não houvera nenhum grito, Bono tinha a esperança de que sua presença ainda não tivesse sido notada. Ele passou pelas celas, mas em apenas uma delas havia um prisioneiro, um rapaz muito jovem. Bono disse:
     -- Ei, você! Qual é o seu nome?
     O rapaz parecia assustado, e disse:
     -- Meu nome é Christian.
     -- O jardineiro? Amigo da princesa?
     -- Sim! - ele perdeu o medo, e se aproximou – Foi Glory que te mandou aqui?
     -- Fale baixo! Sim, foi. Vim resgatar sir Evans.
     -- Ele está na terceira cela virando o corredor. Você podia me soltar também.
     -- Seria uma estupidez. Você será libertado em alguns dias.
     -- É, é verdade...
     -- Se eu te libertasse agora, iria ser pior pra você, teria que fugir por uma bobagem. Princesa Glory pediu para lhe dizer que muito te estima, e que vai sentir falta do irmãozinho dela quando se for.
     -- Então, ela vai fugir com sir Evans?
     -- Sim. Agora tenho que ir.
     -- Boa sorte.
     Bono caminhou em silêncio pelo corredor. Avistou a terceira cela, mas havia cinco guardas no corredor, e ele não sabia se havia mais depois da curva. O calabouço devia ser em espirais. Ele respirou fundo: não havia outro jeito.
     Ele virou o corredor e foi andando tranquilamente em direção aos guardas. Dessa vez, sua presença logo foi percebida. Todos se voltaram para ele, com as espadas em punho.
     -- Quem é você? - disse um deles.
     Como resposta, Bono ergueu a espada e a cravou fundo no peito do homem mais próximo, o matando instantaneamente. Os outros imediatamente avançaram, mas o corredor era estreito, de forma que não podiam ir mais de um de cada vez. Bono entrou em uma luta violenta com um deles, e um outro avançou por trás, tentando golpeá-lo. Sem desviar a atenção do homem à sua frente, Bono puxou a adaga que trouxera e bloqueou um golpe da espada do outro; mas não podia lutar eternamente assim. Sua especialidade eram lugares grandes e abertos, e não corredores claustrofóbicos. Com um golpe rápido, desarmou o guarda à sua frente e enfiou a espada em sua barriga, em seguida voltando-se para o de trás, com quem passou a lutar. Mas esse era melhor, Bono não conseguia desarmá-lo, e a necessidade de se defender o estava impedindo de atacar. Para piorar, o barulho havia chamado a atenção dos guardas mais acima, e ele ouvia vozes se aproximando.
     Só a espada não o salvaria. Ele se deixou cair, como se tivesse sido atingido, mas quando o outro tentou lhe golpear ele deslizou para frente e o derrubou com um chute. O homem caiu, e Bono o golpeou com a espada, lhe rasgando a barriga e o peito, em um corte longo e transversal que quase cortou o corpo ao meio.
     Ele se levantou, ofegante, mas assim que se virou foi atingido pelo quinto guarda. Seus reflexos o fizeram desviar a tempo; de outra forma, teria sido um golpe mortal. Mas a espada fez um corte profundo em seu braço esquerdo, e ele gritou. Imediatamente reagiu, atacando, e após cinco minutos o último guarda também estava morto. Mas passos se aproximavam acima, ele tinha que ser rápido.
     Na terceira cela, um homem assistia a tudo, parecendo angustiado por não poder participar da luta. Bono se voltou para ele.
     -- Sir Evans?
     -- Sim! - o homem disse, sem poder conter um sorriso – Quem é você?
     -- Pode me chamar de Bono. - ele abriu a cela, usando a chave que estava com um dos guardas – Sua princesa me mandou para te salvar.
     -- Muito obrigado. - ele pôs uma mão no braço de Bono – Você está ferido.
     -- Não se preocupe, não é a primeira vez e não será a última. Vamos, temos que ser rápidos.
     Mas já era tarde: um bando de guardas apareceu no corredor, atraídos pelo barulho. Dave pegou duas espadas que estavam caídas no chão e trocou um olhar com Bono. E os dois atacaram juntos.
     A luta foi difícil e violenta. Um lado de Dave sentia culpa a cada vez que ele atingia um de seus antigos companheiros, mas outro ficava satisfeito por estar se vingando daqueles que o traíram, deixando-o preso naquele lugar. No início da luta ele conseguiu derrubar três soldados, mas ainda estava fraco e machucado, e logo suas forças desapareceram. Ele foi atingido na perna e caiu, e, se Bono não tivesse atacado imediatamente, estaria morto no segundo seguinte.
     -- Você está bem? - Bono gritou, enquanto tentava desesperadamente lutar contra os últimos guardas.
     -- Sim! - era obviamente mentira, mas ele se colocou de pé e posicionou a espada – Estou ótimo!
     Ele atacou os guardas, junto de Bono. Quando o último guarda caiu, os dois quase não podiam se manter de pé. Dave disse:
     -- Vamos, pelo amor de Deus. Vão vir outros.
     -- Vamos.
     Os dois correram pelo corredor. Quando estavam quase alcançando a passagem, ouviram passos que corriam até eles. Um guarda surgiu no corredor, gritando:
     -- O que está havendo aqui? Parem!
     Bono e Dave se voltaram. Bono se preparou para atacar, mas Dave o segurou, dizendo:
     -- Não! - ele olhou para o guarda – É meu irmão.
     Dick estava ali, olhando para os dois, sem saber o que fazer. Disse:
     -- Dave... Que droga, Dave, o que você está fazendo...
     -- Dick... Por favor...
     Houve um momento de tensão, em que os dois se olhavam, desesperados; por fim, Dick disse:
     -- Vão, agora! Vocês têm dois minutos até eu dar o sinal!
     -- Dick – os olhos de Dave se encheram de lágrimas – obrigado.
     -- Vai, Dave. Espero que dê tudo certo.
     -- Vamos! - disse Bono, puxando Dave – Depressa!
     Dave passou pela passagem, e Bono foi logo atrás. Os dois chegaram até a caverna. Dave se deixou cair no chão, e murmurou:
     -- Não consigo mais ficar de pé.
     -- Claro que consegue. - Bono guardou a espada – Tem comido alguma coisa?
     -- Estou há semanas a pão e água.
     Bono analisou o homem à sua frente. Era mais jovem do que ele, alto e forte, mas tinha sido muito maltratado. Vestia apenas uma camisa curta e rasgada, e sua calça estava em trapos. Tinha cicatrizes por todo o corpo, e estava muito pálido. Devia estar doente, talvez nem sobrevivesse. Seria uma pena, era um grande cavaleiro, Bono pudera perceber isso ao vê-lo lutando. Mas, enfim, aquilo não era problema seu. Tinha que levá-lo vivo até a princesa, e só.
     -- Vamos. - ele ajudou Dave a ficar de pé – Princesa Glory e sua irmã estão te esperando na beira do lago. Não podemos demorar demais.
     Com um grande esforço, Dave ficou de pé. Disse:
     -- Acho que consigo nadar.
     -- Ótimo. Tire essa camisa, vai te atrapalhar. Deixe ela aqui, não é grande perda. Agora vamos.
     -- Espere. Não posso chegar seminu diante da senhorita Glory.
     -- Eu te empresto minha capa quando chegarmos lá. E por favor, vocês vão fugir juntos, logo ela estará acostumada. Vamos!
     Os dois mergulharam, e pouco depois emergiram no outro lado do lago. Dave precisou da ajuda de Bono para conseguir chegar até a margem. Deixou-se cair na terra, enquanto Bono recuperava o fôlego. As duas garotas logo correram para eles.
     -- Dave! - Glory gritou, ajoelhando-se ao lado de Dave – Dave, você está bem?
     -- Glory... - ele sorriu ao vê-la – Nunca estive tão bem, meu amor...
     -- Vamos deixar as cenas românticas para depois. - disse Gill – Vocês têm que fugir.
     -- Temos, e depressa. - disse Bono, olhando para o castelo. As luzes haviam sido acesas.
     -- Gill – disse Glory – você não vai com a gente?
     -- Não. Não posso abandonar os nossos pais, nem o Dick. Não sabem que estou envolvida nisso, posso continuar aqui. Mas vocês têm que ir, agora.
     Dave se colocou de pé, apoiando-se em Glory, que tentava não pensar que ele estava sem roupa.
     -- Gill. - ele abraçou a irmã – Eu te amo, minha irmã. Vou sentir muito a sua falta.
     -- Eu espero que um dia possamos nos reencontrar, Dave. E quero que você seja muito feliz.
     -- Vou ser. Estarei com a mulher que eu amo, serei muito feliz com ela.
     Bono já estava preparando os cavalos. Pegou uma de suas capas e estendeu para Dave, dizendo:
     -- Tome, cubra-se.
     O outro pegou a capa, agradecendo, e se cobriu. Bono montou em seu cavalo. Dave subiu em um e Glory em outro. O outro cavalo, com as bagagens, foi amarrado ao cavalo de Dave. Antes que eles partissem, Gill disse:
     -- Dave...
     -- Sim?
     -- Não importa o que aconteça – ela olhou para Glory – nunca esqueça quem lhe salvou.
     -- Claro, mas por que...
     -- Não importa. E, Glory... Tome muito cuidado.
     -- Não se preocupe. Adeus, Gill.
     -- Adeus.
     E os três partiram. Gill subiu em seu cavalo e também partiu. Poucos minutos depois, uma tropa de cavaleiros passava depressa por ali, procurando pelos fugitivos.

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